È assim que estamos, de pantanas. Tudo em Portugal funciona ao contrário. Ontem comentava numa tertúlia um do exemplos comuns: Portugal é o país onde a cerveja é mais barata que a água mineral! Em todos os países da Europa tal facto não acontece, mas Portugal tem qualquer coisa de europeu, mas muito mais de outra coisa qualquer.
No entanto, que todos os nossos problemas fossem o preço da cerveja. O nosso Presente assume contornos caricaturais, ridículos, que reflectem uma desorientação que afecta essencialmente uma classe política que não reflecte o país. Desculpem, mas é verdade. O país não se revê nos políticos e os políticos não se reflectem no país. Porquê? Porque ambos são fracos e a confiança raramente se gera na fraqueza. São palavras duras, mas a situação do país também é.
Estamos de pantanas senão reparem nestes factos da semana que passou:
- O Tribunal Constitucional não deu provimento a um recurso de Manuel Maria Carrilho que tinha processado António Barreto por difamação. O último, por altura do Porto 2001 acusou Carrilho de ser um “vazio”, “suburbano”, “pavão” etc. Não discuto a legitimação jurídica desta decisão, mas não posso aceitar o despacho de pronúncia da instância anterior e que motivou o pedido ao Tribunal Constitucional.
Disse-se então que a “posição de senador [de António Barreto] lhe conferia uma liberdade de expressão própria”. É extraordinário... talvez seja melhor esperar que atinja um estatuto de senador para poder escrever livremente neste blog.
- O grupo parlamentar do PS ameaça de deserção em oposição à proposta do Governo em acabar com as subvenções vitalícias dos políticos. O grupo parlamentar o partido do Governo! A deserção não surge porque se aumentaram os impostos de todos os portugueses ou porque as medidas duras vão afectar principalmente os que menos ganham. Não. Surge porque vão mexer no bolso dos senhores deputados que alertam ainda para a possibilidade de decréscimo de qualidade da nossa classe política. Sem mais comentários...
- Mas há mais! E ainda melhor! Todos ouvimos mais um dislate inqualificável, do cacique da Madeira, a quem tudo é permitido, que legisla à sua medida e suplanta o autoritarismo de alguns regimes no limbo democrático, mas talvez não tenham ouvido que este senhor foi aplaudido de pé pela bancada parlamentar do PSD, em plena Assembleia da República. Por mais que me esforce não consigo aceitar que um partido como o PSD se submeta a esta autoflagelação pública, ao descrédito e ao ridículo. Inqualificável. Só peço à comunicação social que esteja atenta ao percurso do deputado do PSD-Madeira que manifestou a sua lealdade total a Alberto João Jardim.
- O país das chamas entra em Junho com dois helicópteros para combate aos incêndios, depois do Inverno mais seco das últimas décadas, depois dos alertas de todas as estruturas para o perigo deste Verão, depois de inúmeros programas de limpezas de matas, depois de inúmeros manifestos de mexer na legislação sobre as florestas, depois de mais um debate sobre se Portugal deve ter ou não meios aéreos. Só a Galiza tem quase 30 helicopteros! Este é aliás um caso para o qual deveríamos olhar pela redução drástica da área ardida, apostando em sapadores, vigilância e prontidão no ataque. Todos Já ouvimos esta conversa, mas há países onde funciona.
Pantanas.pt arrisca-se a ser o domínio oficial do nosso país, não faltando matéria de facto para actualizações diárias e nem faltaria apoio logístico da prestigiada Portugal Telecom que celebra hoje o seu 10.º aniversário como a empresa mais protegida de Portugal e arredores. Monopizando infra-estruturas de telecomunicações no país do choque tecnológico, mas também aquele que mais caro paga por menos quantidade de dados da União Europeia a 15. Parabéns PT.
No entanto, que todos os nossos problemas fossem o preço da cerveja. O nosso Presente assume contornos caricaturais, ridículos, que reflectem uma desorientação que afecta essencialmente uma classe política que não reflecte o país. Desculpem, mas é verdade. O país não se revê nos políticos e os políticos não se reflectem no país. Porquê? Porque ambos são fracos e a confiança raramente se gera na fraqueza. São palavras duras, mas a situação do país também é.
Estamos de pantanas senão reparem nestes factos da semana que passou:
- O Tribunal Constitucional não deu provimento a um recurso de Manuel Maria Carrilho que tinha processado António Barreto por difamação. O último, por altura do Porto 2001 acusou Carrilho de ser um “vazio”, “suburbano”, “pavão” etc. Não discuto a legitimação jurídica desta decisão, mas não posso aceitar o despacho de pronúncia da instância anterior e que motivou o pedido ao Tribunal Constitucional.
Disse-se então que a “posição de senador [de António Barreto] lhe conferia uma liberdade de expressão própria”. É extraordinário... talvez seja melhor esperar que atinja um estatuto de senador para poder escrever livremente neste blog.
- O grupo parlamentar do PS ameaça de deserção em oposição à proposta do Governo em acabar com as subvenções vitalícias dos políticos. O grupo parlamentar o partido do Governo! A deserção não surge porque se aumentaram os impostos de todos os portugueses ou porque as medidas duras vão afectar principalmente os que menos ganham. Não. Surge porque vão mexer no bolso dos senhores deputados que alertam ainda para a possibilidade de decréscimo de qualidade da nossa classe política. Sem mais comentários...
- Mas há mais! E ainda melhor! Todos ouvimos mais um dislate inqualificável, do cacique da Madeira, a quem tudo é permitido, que legisla à sua medida e suplanta o autoritarismo de alguns regimes no limbo democrático, mas talvez não tenham ouvido que este senhor foi aplaudido de pé pela bancada parlamentar do PSD, em plena Assembleia da República. Por mais que me esforce não consigo aceitar que um partido como o PSD se submeta a esta autoflagelação pública, ao descrédito e ao ridículo. Inqualificável. Só peço à comunicação social que esteja atenta ao percurso do deputado do PSD-Madeira que manifestou a sua lealdade total a Alberto João Jardim.
- O país das chamas entra em Junho com dois helicópteros para combate aos incêndios, depois do Inverno mais seco das últimas décadas, depois dos alertas de todas as estruturas para o perigo deste Verão, depois de inúmeros programas de limpezas de matas, depois de inúmeros manifestos de mexer na legislação sobre as florestas, depois de mais um debate sobre se Portugal deve ter ou não meios aéreos. Só a Galiza tem quase 30 helicopteros! Este é aliás um caso para o qual deveríamos olhar pela redução drástica da área ardida, apostando em sapadores, vigilância e prontidão no ataque. Todos Já ouvimos esta conversa, mas há países onde funciona.
Pantanas.pt arrisca-se a ser o domínio oficial do nosso país, não faltando matéria de facto para actualizações diárias e nem faltaria apoio logístico da prestigiada Portugal Telecom que celebra hoje o seu 10.º aniversário como a empresa mais protegida de Portugal e arredores. Monopizando infra-estruturas de telecomunicações no país do choque tecnológico, mas também aquele que mais caro paga por menos quantidade de dados da União Europeia a 15. Parabéns PT.
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