sexta-feira, abril 22, 2005

Nobel, mas não de História ou humildade

José Saramago excede-se sempre que fala. O radicalismo moralista que apregoa são a força desse excesso. Confiante na sua verdade, que considera única, atreve-se a comentar a democraticidade de Cuba e chega ao exagero de referir que a eleição de Ratzinger para Papa, pelo conclave, significa o regresso da Inquisição. Tal afirmação é um dislate arrogante e preconceituoso, para quem o ateísmo só pode representar anti-clericalismo. Ser contra o Vaticano e aquilo que este de pior representa é uma posição que se aceita, mas subverter a realidade e o conhecimento é uma posição que não abona a fovor do Nobel da Paz. Apesar de ser nobelizado, José Saramago, não deixa de ser um homem, tal como o novo Papa. Haja respeito pelo ser humano, aquele que faltou nos autos-de-fé do Santo Ofício (que, em abono da verdade, está muito longe da visão instituída) e nos gulags siberianos de Estaline.
Para provar que falo verdade Sr. José Saramago comemora-se hoje a efeméride relativa ao fim da Inquisição em Portugal, em 1821. Não se trata de fé, apenas respeito e algum rigor.

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