Ben Harper & The Blind Boy from Lisbon
Ben Harper no seu último álbum conta com a participação dos Blind Boys from Alabama continuando as cooperações transdisciplinares na composição das suas músicas. As raízes funky, soul, blues, reggae e até algum rock sulista (sem heresia!) sempre estiveram presentes, mas tenho uma proposta para o Ben que pode alterar o rumo da sua carreira. O projecto consiste em prosseguir com a tipologia de cooperação deste álbum, no que concerne às características sensoriais dos intérpretes convidados, mas alterando radicalmente a componente rítmica.
Descoberto recentemente na linha verde do Metro, The Blind Boy from Lisbon é um artista luso que percorre as composições do Metro como as pistas de dança mais vanguardistas da cena londrina. A originalidade da sua música assenta numa base rítmica, muito próxima do Drum’n Bass, pontuada por refrões minimalistas poderosos como: “Tenha a bondade de me auxiliar” ou “Tenham a bondade de me auxiliar”.
A emoldurar este quadro sonoro estão os samplers reciclados por Blind Boy, mudando consoante o rumo do metro _ “Próxima estação: Martim Moniz” ou então quando o ambiente aquece “Por favor afastem-se das portas” _ conjugado com o toque frenético na bengala metálica a debitar energia. Num destes dias afirmo-me como animador das hostes: “The Night Train!!! O Lux está no Metro! “I’l see you baby shakerérass”.O reverso da genialidade de Blind Boy está na dependência financeira que o impede de criar empatia com o seu público. Como muitos criadores de génio tem um temperamento explosivo, debitando impropérios quando a audiência não retribui. A máxima do artista indigente assume, com ele, o estatuto de postulado: “Obrigado, obrigado! Não batam palmas, atirem dinheiro”.
1 comentário:
Há muito tempo que ando a chamar a atenção de quem tem paciência para me ouvir para as raras qualidades musicais deste «Blind Boy of the Subway», mestre esqucido do «Drum'n bass», mas não tenho tido sucesso...
José Augusto
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