quarta-feira, agosto 31, 2005

Genius “Harry”

Vi, na noite de ontem, o filme que me faltava da filmografia de Clint Eastwood: Million Dollar Baby. Soltem-se os lugares comuns... É um filme extraordinário! A obra-prima, em paralelo com Mystic River.
Eastwood é herdeiro de uma tradição cinematográfica norte-americana da qual gosto muito. A tradição de fazer grandes files a partir de temas comuns. De alguma forma, todos os seus filmes reinventam argumentos ou temáticas que se repetem consecutivamente na produção massificada de entretenimento de Hollywood. A diferença é que os seus filmes, para além de interpretações excepcionais, carregam uma densidade e ambiência emocional contida, mas sempre prestes a explodir, sem que isso nunca realmente aconteça. Por muitos dos filmes em que participou como actor foi conotado com uma imagem frívola, de durão, mas que não passava num cinema mais erudito. Puro engano! Para além de um profundo amor pelo Jazz (pelo qual tem feito muito), o seu cinema parte do quotidiano de Hollywood e mexe com ele de uma forma que poucos realizadores conseguem.
Eastwood revela aquilo que mais admiro nos Estados Unidos da América: a genialidade descomplexada, despida de erudições ornamentais. Poderá ser apenas o célebre conceito do mundo da gestão empresarial a saltar para a 7.ª arte... KISS (Keep it simple stupid).

Sem comentários: