
Jimmy Smith
Quando me iniciei na descoberta do Jazz fiz uma prolongada paragem nos anos 60 e 70, nas correntes do funky que, em certa medida, voltaram a dar ao Jazz a característica festiva e dançante dos seus primórdios. Das bandas sonoras dos filmes Blackexploitation ao som vanguardista de Miles Davis, a música era um espaço de fusão colectiva e a diversidade de sons e intérpretes que me cativou desde a primeira hora. Numa madrugada dos anos 90 fiquei acordado para ver um concerto, creio de aniversário da mítica sala Carneguie Hall em NY, onde passaram os nomes da nova geração como Roy Hargroves e um trombonista chamado Steve Turre que tocava búzios numa versão dinâmica de "Manteca" de Dizzy Gillespie! A meio do concerto surge um homem de sorriso largo que se senta a bordo do seu órgão Hammond B-3, do qual foi o maior virtuoso, e, de repente, uma corrente de energia alastra-se. Técnica e emoção pura. Uma mão direita que voava no teclado e um sorriso permanente, de quem tirava todo o prazer da música que produzia. Música que não sabia ler, imaginem...
Partiu no dia 8 de Fevereiro com 79 anos, uma imensa discografia, da qual destaco um álbum antologia intitulado "Walk on the Wild Side". Não se trata de nenhuma das suas gravações históricas, mas apenas uma boa forma de descobrir Jimmy Smith. Da força e alegria de
"The Cat" até uma misteriosa obra intitulada "Portuguese Soul".
"The Cat" até uma misteriosa obra intitulada "Portuguese Soul".
Rest in Peace Jimmy, deste lado do Atlântico estão algumas almas portuguesas que não se esquecerão de ti.
1 comentário:
Grande Homem,
Grande Legado.
Para mais tarde recordar.
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